sábado, 11 de abril de 2009

Sinopse, roteiro e storyboard

Minha proposta de documentário

TÍTULO: Um novo começo
SUBTÍTULO: Como uma pesquisa está transformando a história centenária do Sport Club Internacional

Sinopse
O Sport Club Internacional é um dos mais populares clubes de futebol do Brasil. Antes de completar 100 anos, em 2009, a equipe já havia conquistado todos os títulos possíveis para um clube brasileiro. Mas alguma coisa sempre fica para trás. E, no caso do Inter, a história de sua fundação ainda estava nebulosa. Graças ao trabalho de pesquisa liderada pelo conselheiro Tiago Vaz, divulgada às vésperas do centenário, comemorado em 4 de abril de 2009, o clube está resgatando as suas origens. O documentário Um novo começo conta esta nova história através de entrevistas com os pesquisadores, dirigentes do clube e colorados históricos.

ROTEIRO

CENA 1
IMAGENS EXTERNAS (EXT) – Estádio Beira Rio, em Porto Alegre
MÚSICA EM BACKGROUND (BG) - Hino do Sport Club Internacional



Créditos iniciais do filme

Narrador (aproximadamente 30s):
Em 100 anos, o Sport Club Internacional conquistou a cidade, a torcida e todos os títulos possíveis para um clube brasileiro de futebol./ É o campeão de tudo./ Mas, na aurora do seu segundo centenário, ainda faltava conquistar a sua história./ Por um século, o Clube do Povo andou para frente na tentativa de construir o seu futuro./ Um grupo de jovens colorados, no entanto, começou a andar na contramão, cavando no passado./ E realizaram descobertas que mudam o passado – e o futuro – do Inter.///

IMAGENS INTERNAS (INT) – Biblioteca do Sport Club Internacional, em Porto Alegre

Tiago Vaz, conselheiro do clube, folheia jornais e livros antigos.



Narração em off (aprox. 10s), Tiago Vaz:
(Entrevistado fala da dificuldade de encontrar informações precisas sobre o início do clube)

CENA 2
Imagens históricas do Inter. Imagens do livro Internacional, o Clube do Povo

BG – Trilha que lembra a primeira década do século (Scott Joplin)

Narrador (aprox. 15s):
Tudo começou quando Tiago leu no livro oficial do clube uma informação que lhe despertou curiosidade./ Ali dizia que o nome do Inter havia sido inspirado na Internazionale de Milão, criada 9 meses antes.///

EXT – Na arquibancada do Beira Rio, em Porto Alegre

Entrevista, Tiago Vaz (aprox. 20s):
(Entrevistado explica porque a informação não fazia sentido, já que, provavelmente ninguém no Brasil havia ouvido falar de um pequeno clube de futebol de Milão)



Imagens históricas de Henrique Poppe, fundador do Internacional.

Narrador (aprox. 30s):
Tiago resolveu averiguar./ Através de amigos, descobriu a existência de um filho de Luiz Poppe./ Carlos Poppe mora no Rio de Janeiro e é delegado aposentado.///
Fotos do encontro de Carlos Poppe com Tiago Vaz

Entrevista, Tiago Vaz (aprox. 15s):
(Diz como conseguiu jornais antigos com Carlos Poppe, que fundamentaram suas descobertas)

Imagens históricas de Henrique Poppe, de Porto Alegre no início do século e dos primeiros times do Internacional

Narrador (aprox. 30s):
Assim, Tiago derrubava o primeiro mito: o Sport Club fundado pelos irmãos Henrique e Luiz Poppe não era inspirado na Internazionale de Milão./ O nome é provavelmente um reflexo da união de etnias que apoiavam a criação da nova agremiação./ Como os dois clubes de futebol na época eram exclusivos para filhos de imigrantes alemães, os irmão Poppe decidiram batizar o grupo de Internacional, para mostrar que poderia abrigar italianos, holandeses, portugueses, negros e qualquer tipo de pessoa./ Nascia o Clube do Povo.///

EXT – Gramado do Beira Rio, em Porto Alegre

Entrevista Vitorio Piffero, presidente do Internacional (aprox. 15s):
(Fala sobre o espírito popular do clube)



CENA 3
EXT – Estádio Olímpico, em Porto Alegre

BG – Música militar

Narrador (aprox. 30s):
Ao desvendar a origem do nome do Inter, o conselheiro também derrubou um segundo mito: de que os irmãos Poppe Leão haviam sido barrados ao tentar se inscrever no Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense, o maior clube de futebol na época e futuro rival do Inter./ Irritados, teriam fundado o seu próprio clube.///

EXT – Arquibancada do Beira Rio, em Porto Alegre

Entrevista Tiago Vaz (aprox. 20s):
(Explica que não faz sentido dois jovens de origem italiana pedir ingresso em um clube destinado exclusivamente a famílias alemãs. Fala também do hábito de fundação de diversos clubes)

Imagens históricas de Porto Alegre

Narrador (aprox. 30s)
Henrique Poppe Leão, o principal mentor da fundação do Internacional, fundou outros seis clubes durante sua vida./ Além disso, foi jornalista e defendeu os ideiais do positivismo./ Segundo os achados do conselheiro Vaz, Henrique era a favor de uma sociedade pluralista e sem preconceitos./ Por isso, é mais lógico acreditar que o Internacional tenha surgido destes ideais, e não de uma irritação oriunda uma rejeição por parte do Grêmio.///

Fade out

CENA 4
Fade in

EXT – Estádio Beira Rio, em frente ao futuro museu do Inter

Narrador (aprox. 10s)
O Internacional sempre olhou para frente, mas, às vezes, esquece de olhar o passado.///

Entrevista Guilherme Mallet, conselheiro (aprox. 20s) que participou da pesquisa de Vaz
(Guilherme explica a ausência de organização histórica, fala do futuro museu e da falta de informações precisas sobre o clube)



Imagens dos grandes títulos do Inter

Narrador (aprox. 5s)
O Inter conquistou a América e o Mundo./ Mas ainda sabe pouco sobre sua origem.///

Imagens da praça Sport Club Internacional, em Porto Alegre

Narrador (aprox. 30s)
Foi neste local, hoje uma praça que leva o nome do clube, que o Inter fez os seus primeiros jogos./ O espaço foi recém adotado pelo Inter, no dia 4 de abril, data que marcou o centenário do clube./ Henrique Poppe Leão nunca jogou neste local./ O fundador e segundo presidente do clube nunca atuou com a camisa do Internacional./ Mas isto era o pouco que sabíamos de Henrique./ Agora, com a nova pesquisa, o perfil do fundador está surgindo.///

Entrevista Tiago Vaz (aprox. 1 min)
(edição valoriza takes de exemplares de A Rua e fotos antigas)
(Tiago conta como os exemplares do jornal A Rua contam a trajetória de Henrique, falam da sua morte e da sua origem. Até então, pensava-se que ele havia nascido em São Paulo, mas Henrique é, na verdade, nascido em Niterói)



Fade out

CENA 5

Fade in

EXT – Gramado do estádio Beira Rio

BG – Papai é o maior
Entrevista Vitorio Piffero, presidente do Internacional (aprox. 1 min)
(Piffero comenta as descobertas e dá destaque à recuperação histórica que está sendo feita para a construção do novo museu)

INT – Sala dos consulados, no estádio Beira Rio

Entrevista Tiago Vaz e Guilherme Mallet, conselheiros colorados (aprox. 1 min)
(Tiago e Guilherme mostram a foto do primeiro time do Inter e comentam a origem dos nomes de cada jogador, mostrando a origem plural do clube)



EXT – setor de cadeiras do estádio Beira Rio

Entrevista Ibsen Pinheiro, ex-dirigente, deputado federal e conselheiro vitalício (aprox. 30s)
(Ibsen conta que foi surpreendido pelas descobertas de Vaz e Mallet)



CENA 6

EXT – Imagens da Marcha do Centenário, ocorrida dia 4 de abril de 2009

SOM – Silêncio por 20s, sobe o som do público cantando

Narrador (aprox. 30s)
Agora que já ganhou todos os títulos, agora que já redescobriu a sua história, o Internacional segue sua senda de vitórias./ No ano do centenário, o clube apresenta um alta média de aproveitamento e tem o melhor ataque do Brasil./ O que resta ao Internacional?///

EXT – Gramado do Beira Rio

Entrevista Vitorio Piffero, presidente do Internacional (aprox. 5s)
(Piffero: “vamos ganhar tudo de novo!”)

BG – Hino do Internacional

Imagens das arquibancadas vazias
Imagens das arquibancadas cheias
Imagens do Beira Rio do alto do Morro Santa Tereza

Créditos finais

Fim

Cronograma de execução
Dia 1 - Marcar entrevistas e negociar entrada no estádio com o clube
Dia 2 - Captação de imagens no estádio e realizar entrevistas
Dia 3 - Fazer imagens de recortes históricos e buscar imagens de grandes conquistas junto ao clube
Dia 4 - Gravar narrações
Dia 5 - Edição de imagens
Dia 6 - Edição de imagens
Dai 7 - Montagem final


* Este roteiro foi produzido para o Módulo 4 do curso Jornalismo 2.0 do Knight Center

domingo, 29 de março de 2009

Por um novo meio campo

Comentário em áudio sobre o jogo o jogo da Seleção Brasileira contra o Peru, na próxima quarta-feira, dia 1º, em Porto Alegre.

Clique aqui para ouvir.

Sobre a atividade:
Gravação em áudio no computador nunca foi um problema para mim porque sou músico há 14 anos e adoro realizar gravações caseiras. Claro que é difícil escolher um tema que não tenho tanta familiaridade profissioal, como o futebol, e tentar transformá-lo em algo atraente para o ouvinte. Mas a operação foi simples. Tenho mesa de som, microfones decentes e toda a estrutura para fazer os podcasts.

Escolhi o jogo da Seleção porque será um grande evento em Porto Alegre nesta semana. Além disso, a desastrosa atuação do Brasil contra o Equador deve ganhar muita repercusão na mídia nos próximos dias.

A única dificuldade foi a publicação do podcast. A minha ideia era publicar com um player integrado ao blogue, mas não houve jeito de fazer o Blogger aceitar o código html do player do MP3 Tube ou do Google. Tive que apelar pela solução do link que leva à página do áudio, que não é a ferramenta ideal, mas vou arrumar isso durante a semana.

* Esta gravação foi produzida para o Módulo 3 do curso Jornalismo 2.0 do Knight Center

O palco da Seleção

Uma pequena vistoria no estádio que vai receber o Brasil

Quando pisar no gramado do Beira Rio, na próxima quarta-feira, a Seleção Brasileira vai encontrar um gramado perfeito para desfilar o futebol que encanta o mundo. Pisei na relva do Beira Rio no último domingo, como parte de uma visita ao complexo do Sport Club Internacional, o clube que eu torço, e pude constatar a qualidade da grama do estádio e o luxo das suítes corporativas, onde cartolas e VIPs de toda a sorte vão assistir à partida.

O jogo contra o Peru, além de valer pontos para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, faz parte das comemorações do centenário do Inter, celebrado no dia 4 de abril. Na visita, conheci setores do estádio pela primeira vez na vida, mesmo depois de 29 anos frequentando as arquibandas do Beira Rio. Como meus pais moram a 100 metros da casa do Colorado e o futebol sempre foi parte fundamental do meu tempo livre, passei minha infância, adolescência e, agora, minha vida adulta indo ao estádio para assistir aos jogos e, muitas vezes, para matar tempo. Apesar do Beira Rio fazer parte do quintal da minha existência, nunca havia entrado em algumas áreas do estádio, gramado e suítes entre elas.

A visita, realizada por convite de alguns conselheiros do clube, começou pelas suítes, uma nova área do estádio que vem sendo construída nos últimos cinco anos como parte do projeto de remodelação do Beira Rio e que vai servir de base para a grande reforma do estádio para a Copa de 2014, para qual Porto Alegre deve ser escolhida uma das sedes. Durante a temporada, as suítes funcionam como camarotes, mas são alugadas pelo período de um ano para empresas e endinheirados que preferem assistir aos jogos com muito conforto. No jogo da Seleção, no entanto, as suítes vão servir de ponto de encontro de famosos e dirigentes de futebol. Duvido que reclamem das instalações.

Logo na entrada, bares bem desenhados (devidamente decorados em vermelho e branco, as cores do Inter) recebem os visitantes. Fica a dúvida se bebidas alcoólicas serão permitidas dentro do estádio nesta partida, já que as biritas foram banidas dos estádios no Campeonato Brasileiro e demais certames organizados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

No intervalo do jogo, um bate papo nestes bancos me parece um bom programa:



Os corredores das suítes onde dirigentes da CBF e ex-jogadores da Seleção devem circular também possuem fotos de grandes momentos do Inter e até réplicas das taças das principais conquistas do clube ficam expostas:



Os grandes estádios do mundo já passaram por remodelações como esta. No Brasil, no entanto, isso é raridade. Excetuando aqueles que passaram por reformas recentemente, como o Maracanã e a Arena do Atlético Paranaense, ou que foram construídos do zero, como o Engenhão, poucos estádios brasileiros estão em melhor forma do que o Beira Rio. O que não significa que as instalações do Inter estejam na melhor forma. Fora das suítes, muitas áreas ainda são precárias, com concreto exposto, banheiros sujos e bares que atendem mal o torcedor. Por estas razões, uma visita as suítes do Beira Rio se tornam um passeio tão diferente para um torcedor comum como eu. Estas áreas de circulação, por exemplo, são exemplo para os demais clubes brasileiros:



Em cada suíte, cabem 32 convidados sentados em confortáveis cadeiras dobráveis de couro vermelho, que lembram os assentos de cinemas. Na foto, você vê várias suítes em perspectiva, protegidas com lona:



A visão do campo é boa, embora um pouco baixa. No anel superior do Beira Rio, o ângulo é melhor para observar o jogo. De qualquer forma, os convidados da CBF vão poder acompanhar a partida sem problemas:



Depois de passear pelas suítes, entramos pela área de imprensa e entramos no campo. Não pudemos entrar nos vestiários porque era dia de jogo do Inter no Beira Rio. O gramado, para alguém, como eu, que costuma bater uma bola com os amigos no final de semana, é excelente. Porto Alegre passou por alguns dias de chuva e a irrigação natural deve ter ajudado a fechar a grama. O piso é absolutamente plano, sem buracos. O gramado é fofo sem ser fundo, o que pode ser cansativo para os jogadores. Não é tão que o gramado do Beira Rio eleito como o melhor do Brasil em enquete realizada com os jogadores que atuaram no Brasileirão de 2008.



As reformas nas suítes no Beira Rio ainda são uma pequena parte da remodelação do estádio, que completa 40 anos nesta semana, prevista para a Copa de 2014. Confira o vídeo que explica o projeto do Inter para a Copa:



E você? Vai torcer pela Seleção contra o Peru? Confesso que, depois da péssima partida contra o Equador neste domingo, dia 29, fica difícil exibir o orgulho nacional. Mas, como ganhei convites, estarei no estádio. Nas suítes.


* Este texto foi produzido para o Módulo 3 do curso Jornalismo 2.0 do Knight Center

Editando o pôr-do-sol

Uma experiência com o programa IrfanView

Para o sexto exercício do curso, tive que baixar o programa IrfanView a pedido dos instrutores para editar fotos. Confesso que torci o nariz para a ideia, já que eu sou um fiel usuário do Picasa.

Me considero um consumidor gabaritado do Picasa, um programa que venho utilizando para editar meus álbuns de fotos há alguns anos. Sempre encontrei tudo o que eu precisei no software do Google, até coisas que eu achei que nunca usaria. Foi com essa experiência que eu fiz o download do IrfanView.

A instalação foi muito fácil. O programa é leve e básico. Mas logo tive dificuldades com o menu, que não oferece as opções de corte e redimensionamento de forma intuitiva. Para reduzir o tamanho dessa foto que fiz do pôr-do-sol no Guaíba, aqui em Porto Alegre, na última semana, tive que procurar a ferramenta de redimensionamento um pouco antes de encontrá-la no menu "Image". Eis a foto original:



Eis a foto reduzida:



Mas a parte mais difícil do exercício foi encontrar a ferramenta de corte do IrfanView. Normalmente, os editores de imagem oferecem uma forma muito clara de fazer cortes. A área que será mantida na imagem é selecionada e, com um clique ou dois, o usuário corta a parte indesejada - o verbo "crop" no inglês da informática. No IrfanView, o usuário que realiza este processo acaba dando um zoom na imagem. Se ele apertar no ícone da tesoura, símbolo internacional de corte, a parte cortada será a parte selecionada, e não a parte que fica de fora do quadrado, o que vai contra todo o processo intuitivo dos demais editores de imagem.

Depois de perder alguns minutos tentando descobrir como, afinal, era feito o corte da área selecionada, encontrei o comando aqui, clicando em "crop selection":



Vamos aos resultados. Aqui está a foto original:



E aqui está a foto cortada:



Aos curiosos: as imagens foram feitas do 17º andar do hotel Intercity Premium, no centro de Porto Alegre. É uma bela vista da cidade.


* Este texto foi produzido para o Módulo 3 do curso Jornalismo 2.0 do Knight Center

domingo, 22 de março de 2009

Mais do mesmo

Comparação entre os resultados de oito sites de busca

Pelo resultado do quarto exercício do curso, o ser humano está longe da cura do stress. A tarefa era comparar os resultados de um mesmo termo em oito sites de busca: Google, Yahoo, Altavista, Radar UOL, Clusty, MSN, Aks.com e Dogpile. Embora tenham surgido muitas coincidências nos resultados, poucas traziam informações de credibilidade que pudessem auxiliar quem estivesse procurando uma cura para stress pra valer.

A grande surpresa, para mim, foram os resultados diferentes em cada sistema. Como leigo em algoritmos e fiel usuário do Google há anos, nunca imaginei que uma mesma pesquisa pudesse trazer resultados diferentes em diferentes ferramentas de busca. Acredita que os sistemas eram comoditizados, ou seja, não apresentassem diferenças no resultados finais. Neste sentido, o Dogpile se apresentou como uma verdadeira supresa, já que ele busca resultados em diversos sites. O problema é que os seus primeiros resultados eram links patrocinados, o que polui a busca.

Yahoo e Altavista apresentaram resultados rigorosamente iguais. Entre eles, em primeiro lugar, o endereço do blogue Lixo do Tipo Especial, que apareceu em cinco das ferramentas de busca. Em geral, as respostas remeteram a blogues, sites de humor, grupos esotéricos, empresas com produtos para combater o cansaço, vídeos e, em apenas dois casos, para páginas com alguma credibilidade médica para responder a provável dúvida inicial do usuário: a cura do stress.

O excercício foi revelador para mostrar como jornalistas devem ter cuidado na hora de usar os sistemas de busca como fonte de informação. É lógico que todo repórter minimamente experiente sabe que grande parte das informações da web (à exceção de sites institucionais) são pouco confiáveis, mas a busca pela cura do stress se mostrou dispersa mesmo como forma de orientação da pauta. Notórios especialistas ou instituições de credibilidade como hospitais e organismos internacionais de proteção à saúde não apareceram nas buscas.

Chamou a minha atenção também dois resultados do MSN Live Search que trouxe links de destinos turísticos praianos: http://www.prainha.net e www.praiadeitaoca.com.br. Não responderam diretamente à provável intenção original do usuário, mas trouxe respostas indiretas que podem trazer o cura do stress.

Veja abaixo os resultados da pesquisa (clique na imagem para ampliar a tabela):


* Este texto foi produzido para o Módulo 2 do curso Jornalismo 2.0 do Knight Center

sábado, 21 de março de 2009

Realmente simples

Uma breve análise do uso de RSS

Em inglês, RSS significa "really simple syndication". Algo como "distribuição de notícias realmente simples". O serviço foi criado para que leitores de blogues e outros veículos de informação recebessem as atualizações de cada site sem a necessidade de visitar a página. É um dos poucos casos onde nome de um serviço cumpre exatamente com a sua ousada proposta: realmente simples.

Existem duas formas de receber RSS. A mais tradicional é por softwares instalados no computador que recebem as atualizações, como se fosse um cliente de email. A segunda, e que vem ganhando popularidade, é por serviços como o Google Reader, onde as atualizações são encaminhadas para uma página na internet onde o usuário organiza o recebimento dos textos.

A parte mais difícil do processo, se é que podemos encontrar dificuldades no sistema, é entender se acrescenta os blogues favoritos no programa de recebimento das atualizações. Na verdade, é muito sinmples: basta copiar o link RSS do site. O único problema é que cada blogue apresenta o link de forma diferente e, embora muitos sites utilizam o logotipo do sistema RSS para chamar a atenção do usuário, outras páginas praticamente escondem o link.

Para iniciantes, talvez demore algum tempo para entender que o link a ser copiado para registro RSS não é o mesmo do endereço da página. O sistema necessita de um link próprio do RSS, mas a confusa é desfeita rapidamente assim que se descobre pela primeira vez como o sistema é operado.

Como teste, utilizei o Google Reader nas últimas semanas e os resultados foram muito bons. Escolhi alguns blogues de jornalistas para acompanhar, o que foi muito produtivo porque, pela primeira vez, estou de fato seguindo as atualizações de algum blogue com freqüência. Até então, eu confia na minha memória para visitar as páginas de tempos em tempos, mas confesso que a experiência era frustrante porque esquecia de acompanhar alguns blogues e muitas vezes me decepcionava ao visitar as páginas e descobrir que elas não haviam sido atualizadas.

A facilidade do RSS levanta discussões sobre o futuro do jornalismo - a minha profissão. O modelo de negócio dos jornais estava baseado na conveniência de compilar e entregar diariamente na porta da minha casa um conjunto de informações de diversos segmentos da sociedade, como economia, política e esportes por um pequeno valor. Agora, o RSS pode fazer este serviço para mim. De graça. E com o benefício de receber somente as informações que realmente me interessam. Uma vantagem adicional: se houver mais de uma atualização diária, vou receber todas elas no meu sistema RSS, ao passo que o jornal só é entregue uma vez por dia na minha casa. Realmente simples para o usuário, mas talvez muito complicado para a indústria gráfica.

* Este texto foi produzido para o Módulo 1 do curso Jornalismo 2.0 do Knight Center

Motor 2.0, 500 cavalos

Comparações entre a web 1.0 e 2.0

Quando surgiu para o grande público, há pouco mais de 10 anos, a internet parecia apenas um novo canal de distribuição de informação para competir com rádio, televisão e mídia impressa. As possibilidades soavam promissoras, mas a verdade é que poucos imaginavam que chegaríamos a 2009 discutindo como a internet está mudando a sociedade e influindo de forma definitiva em alguns ramos da economia _ em tão pouco tempo.

Nessa fase inicial, quem detinha o controle da tecnologia, ou poder econômico para controla-lá, era também quem controlava a informação. Funcionava como nas emissoras de televisão: só uma empresa com capital suficiente para comprar máquinas e equipamentos de transmissão de imagens _ um investimento enorme para um cidadão comum _ poderia concorrer a uma concessão de um canal de TV e, com a licença, transmitir conteúdo para o público. Na rede, apenas as organizações que podiam pagar pelo desenvolvimento e manutenção de um site tinha o privilégio de se comunicar com o público. Eram praticamente as mesmas regras.

Em poucos anos, percebeu-se que as imensas possibilidades da internet não estavam nos lucros que a rede poderia gerar para as empresas que, até então, controlavam os meios de produção de informação. Fortunas se desmancharam na bolsa de valores americana na medida que os balanços das companhias recém criadas para capitalizar a primeira fase da rede foram apresentando manchas vermelhas. Percebeu-se que a internet não tinha vocação para reproduzir a velha equação da comunicação, onde existe um emissor, uma mensagem e um receptor. Dessa matemática, empresas destilaram lucros por décadas, vendendo a atenção de seus grupos de receptores para anunciantes e cobrando pelo envio da mensagem.

Dessa primeira fase, sobreviveram as empresas e ideias que continham uma nova concepção para a internet. Em vez de meio de comunicação, uma plataforma de conexões entre pessoas e produção de conteúdo gratuito por parte do próprio público. A tecnologia permitiu que os meios de produção de conteúdo fossem entregues aos usuários, como se um jornal entregasse as chaves da gráfica para os leitores. O custo de divulgação de ideias foi a zero. Tecnologias de interação entre público e mensageiro se sofisticaram de tal forma que a internet começou a apresentar outra vocação: uma grande praça.

Empresas como o Google ganharam força ao conceder mais poderes de escolha aos usuários. Como Tim O´Reilley descreveu em um discurso em outubro de 2004, passamos a participar de uma nova fase da internet, uma rede 2.0, mais participativa e mais potente. Quem conseguiu alimentar a troca de ideias na grande praça, se deu bem. Sites como o Youtube se tornaram fenômenos de audiência porque deram poder ao público para publicar vídeos e escolher exatamente o que cada pessoa deseja ver, na hora mais conveniente - uma experiência absurdamente diferente de um canal de televisão, onde a produção de conteúdo e a escolha da programação é de responsabilidade exclusiva da emissora e, embora a grade convencional leve em conta o gosto do público, não é personalizável como ocorre no Youtube.

Em vez de agregar um contingente de telespectadores e vender sua fidelidade a anunciantes, o Google passou a conquistar uma platéia com os seus serviços gratuitos e está ganhando muito dinheiro com a veiculação de propaganda nos seus programas. As estratégias se assemelham, mas a grande diferença é que, ao contrário do telespectador, que possuía uma relação passiva com a televisão, o internauta se beneficia dos softwares do Google de forma ativa, publicando conteúdo e interagindo com um universo incalculável de outros usuários ao redor do mundo.

No momento em que a internet deu esse salto, uma mudança que ocorreu silenciosamente no meado da década, deixou de ser mais um nicho de interesse econômico para reproduzir o comportamento da sociedade. Se na praça as pessoas conversam e observam outras pessoas, o mesmo acontece na rede, mas de forma amplificada, mais pública, mais veloz. Com suas qualidades e defeitos, a sociedade está sendo amplificada e acelerada na web 2.0. Uma mudança e tanto para quem nasceu como a irmã mais nova - e menos lucrativa - dos tradicionais meios de comunicação.

* Este texto foi produzido para o Módulo 1 do curso Jornalismo 2.0 do Knight Center